segunda-feira, fevereiro 13, 2006

A vida - um jantar no La Moneda, na véspera do Ano Novo




No dia 30 de Dezembro de 2005, sexta-feira, à tarde, telefonou-me o Luís Paquete a convidar-me para irmos jantar ao La Moneda, que ele ainda não conhecia e queria conhecer. Aproveitáriamos a estadia em Lisboa do Ricardo Godinho Gomes, «Caduxa», e do Paulo Vieira para pormos a conversa em dia.

Como fomos os 1ºs a chegar, ainda deu para pedir uma caipirinha para mim e um sumo natural de manga para a Angela e ter uma conversa agradável com o Johnny no bar.

E assim foi, acompanhados das respectivas esposas, Angela, Marisol e Suzete, às 10:30 (porque só tínhamos conseguido marcação para o 2º turno do restaurante), estávamos todos. O Paulo Vieira não levou a namorada, um «privilégio» de quem ainda não tem esposa.

Coube-me a tarefa de escolher o vinho para a noite, como a maioria ia comer carne, by the books, escolhi um vinho tinto do Douro, o Vallado DOC de 2003, o irmão mais novo do melhor vinho português do ano, no meu humilde ponto de vista, o Quinta de Vallado, Reserva 2003.

O jantar foi excelente, a comida do Leo Guzman, como sempre, óptima, do mundo e criativa; o vinho frutado, marcado pela Touriga Nacional casou bem com as propostas gastronómicas; o ambiente cool também ajudou, até deu para ouvir a Pull up to the bumper, da Grace Jones; saímos do restaurante, cerca das 3 da manhã, porque o Leo e o Johnny tinham que fechar.
Durante o tempo que lá estivemos, falamos da Guiné-Bissau, ou melhor, conversamos sobre a actualidade política e social guineense, o «social» aqui é um pleonasmo para a má-língua. Não vou escrever uma linha sobre o que dissemos, por discrição e respeito.

De qualquer forma, do muito que se confidenciou durante o jantar, abro uma excepção, para um desabafo da Suzete, muito dela, «porra, vocês só sabem falar de política, mudem de tema!» Retive estas palavras. Tem toda a razão, «Suza», sempre que estamos juntos, a política dos nossos países marca a conversa, não dando espaço para mais nada. É um aborrecimento, até porque não nos faltam temas de conversa e a política não é tudo, nem pode ser tuda na vida.

Neste fim-de-semana, no domingo à tarde, em casa, enquanto escrevia algo de insignificante no PC, ouvia o Pirates Choice, da Orchestra Baobab, veio-me violentamente à memória as palavras que mais retive no nosso jantar no La Moneda.

Prometo que não vou falar de política, mas ao ouvir Utru horas questionei-me: o que é que estão a fazer à Guiné-Bissau?

Lua é di nós, lua i pa nós...
Utru horas
, José Carlos Schwartz, in Pirates Choice, da Orchestra Baobab.

O que foi feito destas tão belas palavras?
Sem querer falar de política, julgo que caberá aos políticos guineenses, sobretudo eles, responder.

Abílio Neto

1 comentário:

HNunes disse...

O que estão a fazer à G. Bissau... Digamos que os interesses de certos países por Guiné, estão acima da vontade das minorias. A mesma questão coloco em relação a S.Tomé, o que estão a fazer?
Mas, eu tb não vou falar de política.
HN