sexta-feira, outubro 19, 2007

A Fórmula 1 - Eu, Lewis Hamilton e a Canção




O único piloto de F1 que disse ter What’s Going On? de Marvin Gaye como uma das canções da sua vida, foi o Lewis Hamilton. Logo, é ele que deve ser o vencedor do campeonato.

Ouvi e vi o programa do MTV Base em que Hamilton, ao estilo Takeover do MTV 2, em que os convidados dizem quais são as canções da sua vida, indicou Marvin Gaye como uma referência absoluta, porque o pai ouvia e ouve muitas vezes lá em casa. E gosta de guiar a ouvir What's Going On?. Não posso ficar insensível esse manifesto de bom gosto.

Portanto, sendo assim, não tenho outro remédio, se não aparecerem até amanhã, às 14:00, o Fernando Alonso ou o Raikkonen a dizerem que My Way (Frank Sinatra) ou Corcovado ( Miúcha ou João Gilberto) ou fazem parte das suas 10 canções favoritas, não vou perder tempo em dizer quem eu quero que ganhe.


Abílio Neto

Eu - E o elementar Dr. Watson




Acordei hoje cheio de sono, até ter ouvido a notícia na Antena 1, quando vinha trabalhar, aí pelas 07:16, um cientista, um Prémio Nobel, James Watson, em entrevista ao Sunday Times declarou que a intelegência dos africanos - «deles», segundo o Dr. - não é igual a dos outros homens - «nossa», ainda segundo ele -, é inferior.

Despertei logo.

Mas, é melhor citar o que ele disse, de acordo com o Sunday Times:

«Todas as nossas políticas são baseadas no fato de que a inteligência deles é a mesma que a nossa, quando todos os testes dizem que, na verdade, não é»;

«Watson ainda disse que esperava que todas as pessoas fossem iguais, mas que "Aqueles que têm de lidar com empregados negros não acham que isto seja verdade"».

A 1ª coisa que fiz ao chegar ao escritório foi pedir a minha demissão a administração da minha empresa, e justifiquei, sentia-me «pouco inteligente», por ser inferior, eu cá não quero nem faço favores, acho que, justamente, tenho valor para, bem enquadrado, enquanto sou jovem, trabalhar para ser Prémio Nobel de Medicina ou algo parecido, no minimo, se a lucidez e a ciência me deixarem!


Abílio Neto

terça-feira, outubro 16, 2007

O desentendimento - O Al Gore, o Nobel e ainda Bill Clinton





Não percebo o Nobel ao Al Gore. Se votasse - ainda bem que não, já se preceberá a razão -, se fosse deputado sueco, não lhe daria o meu voto.

Se votasse, como dizia, não daria o meu voto ao Al Gore, por 2 razões, mais do que suficientes, para não gostar política e pessoalmente dele:

- Foi cobarde no caso Bill Clinton Monica Lewisnky, não se expôs, resguardou-se, quando devia ter feito exactamente o contrário, o eleitorado não é parvo e percebeu que não havia «Homem»;

- Foi cobarde na fase final das eleições de 2000, quando não soube «bater os pés», não soube reagir com a contudência e sujidade necessárias - recusou a proposta da One Million March, preferiu ficar em casa com a família a espera -, à orquestração bem montada pelos Bush na Florida, uma vez mais a opinião pública percebeu e deixou que ele perdesse as eleições.

Um homem assim, que não sabe ser leal, quando a história lhe pede, nem ordinário e sujo, quando a história também lhe pede, insisto, um homem assim não pode ser Presidente de nada, nem pode ser merecedor de um Nobel da Paz.

Se pensarmos retroactivamente, Al Gore foi o principal responsável pelo fiasco da Guerra do Iraque, uma guerra inevitável, fui e sou a favor, mas que podia ter sido feita de outra forma, exactamente, da forma como Bill Clinton a vinha anunciando, por desgaste e por envolvimento da ONU e do Mundo Arabe.

Não vi o documentário do Al Gore, vou ver o do Leonardo DiCaprio, não vou comprar o seu livro The Assault on Reason, já comprei o de George Monbiot, Calor.

Não é agora que Gore tem que se posicionar, quando a história lhe pediu, não o fez, portanto, o seu encontro com o mundo, por muito que Hollywood queira, deve e tem de ficar adiado, sine die, e até com barbas.

Abílio Neto


segunda-feira, outubro 15, 2007

A música - The Strokes, First Impressions of Earth





Dos grandes albuns rock, de 2000 até 2007, o First Impressions of Earth tem de estar nos 5 1ºs.

Isto à propósito de uma pergunta que o Paulo Barata me fez, um dia destes, por telefone: «Tens ouvido rock? Que rock...?».

Mas como é que eu posso deixar de ouvir rock, sobretudo, o alternativo, como ainda lhe gosto de chamar, e, sobretudo, o que vem de NY ou de qualquer cidade inglesa de província ou da Austrália ou doutro lado qualquer, desde que inteligente?! Não posso.

The Strokes são a banda rock mais cosmopolita da actualidade e criam habituação, boa habituação.

Hype? Qual quê, são newyorkers famosos e fashionistas com talento, claro!, isso nunca foi propriamente o melhor cartão de visita nem o melhor CV para a crítica, e há ainda o facto de este ser um album que devia representar o esgotar do talento, pois, não foi!

E tanto não foi, que escreveram e criaram das melhores canções rock, ever, You Only Live Once, The Strokes (ainda gosto de pôr o «the» antes dos nomes das bandas, deve-se notar a origem do mau hábito):

Oooooh
Some people think they're always right
Others are quiet and uptight
Others they seem so very nice nice nice nice nice oh oh
Inside they might feel sad and wrong

O que me agrada nesta canção é ela não ter sido feita para ser ouvida em ambientes depressivos - o que acontece normalmente com as grandes canções rock -, está feita para a excitação, é tão optimista, tão grandiliquente na defesa de modos alternativos de viver, que me custa ouvi-la em Portugal ou neste mundo. Mas, jovialmente, continuo a ouvi-la até a exaustão. Que um objecto cultural consiga rejuvenescer, por refrescante, isso diz tudo sobre a sua qualidade.

Oh no 29 different attributes
And only 7 that you like, uh oh
20 ways to see the world, oh oh
Or 20 ways to start a fight
Oh, don't, don't, don't
Get up
I can't see the sunshine
I'll be waiting for you baby
'Cause I'm through
Sit me down
Shut me up
I'll calm down
And I'll get along with you

Se isto não é genial, não conheço um único objecto cultural que o seja.


Abílio Neto