sexta-feira, agosto 24, 2007

Hot Chip - The Warning





Hot Chip.

Hype? Nada! A banda mais descomplexada e inteligente da terra, desde, porque não, Breakfast Club. Sem ter um único disco deles, fui vê-los ao vivo no Hype@Tejo, em Julho do ano passado. Rendi-me.

Eles são tipos normais, t-shirts e gangas, brancos, estranhamente minimais, o que lhes confere uma imagem clever e até erudita (popemente erudita). Grande show, canções pop (toda a boa pop imaginável) enormes e muito ritmo. Convenceram-me absolutamente. E também convenceram o pouco público que os via e ouvia, pela atenção que prestavam.

O resto do público do Festival esperava por Massive Attack - estes sim, tipos não normais, elegância extra-cuidada! - ou estava no armazem da Rádio Oxigénio a ouvir os Buraka Som Sistema, que tocavam em simultâneo com os HC, que em determinada altura, tiveram que pedir desculpas, porque não conseguiam ter o som de retorno! O programador merecia uma certificação por méritos da sua incopetência ou que a ASAE lhe retirasse a licença. É que eu também queria ouvir os BSS!

A melhor canção do ano 2006, (And I Was A) Boy From School:

And i was a boy from school

helplessly helping all the rules

and there was a boy at school

hopelessly wrestling all his fools

and there was a girl at school

blaming all the words she learnt from home

nothing would keep her a child

long hours don't give though

we try

we try but we didn't have long

we try but we don't belong

we try but we didn't have long

we try but we don't belong

Estas palavras simples, fazem-se acompanhar duma das mais belas melodias que alguma vez ouvi, tristeza, melancolia, passado, gozo, memória e alegria, ou se calhar mais coisas, definitivamente, a sensação de que na vida fica sempre muito por fazer, mesmo quando muito é feito.

Devo-te essa Sousa. Ajudado pelo entusiamo do Paulo Barata.
Abílio Neto

terça-feira, agosto 21, 2007

O futebol - E a vida





(Começaram os campeonatos e tive a Sport Tv grátis, aproveitando a troca de cartões, durante 8 dias! Obrigado. Fez-me bem passar o fim de semana a ver algum bom futebol e muito mau futebol, sobretudo.)

E o futebol voltou mais ideológico que nunca, as 1ªs palavras do Jaime Pacheco, logo no comentário ao 1º jogo da liga - diga-se, a sua eqipa não jogou absolutamente nada -, fariam corar de vergonha qualquer spin doctor neo-con, só por não se terem lembrado de a inventar:

«O Boavista voltou a jogar na sua habitual forma tradicional do passado...».

Enfim, começo a época citando o homem de «uma-faca-de-dois-legumes», como proposta futebolística, nada de novo, mas como mensagem, eficaz dentro da sua questionável lógica, por anologia, um pouco como Bush e os seus rapazes, que, agora, fogem do poder como o Boavista do Jaime foge do bom futebol.


Abílio Neto