quinta-feira, fevereiro 02, 2006

O meu futebol 2005




O acontecimento desportivo do ano.


A retirada do Pedro Barbosa do futebol, do Sporting.
Era e é um personagem fascinante. Tudo nele era contigente, conflitual e pouco consensual, apesar do talento e dos muitos recursos, exactamente como os nossos tempos. Por isso, costumava dizer que era o mais pós-moderno dos jogadores de futebol. Jamais esquecerei o capitão, o melhor 8 do futebol. Chamavam-lhe algo tão internacional como croissant, quando ele era uma alheira de caça, muito típico, muito português, muito gourmet, mas não exportável e também um Barca Velha, um capricho da natureza.

Com pena minha, continua o sportinguismo a não saber lidar com grandes personalidades futebolisticas (talvez pela pequenês dos diregentes, que deixam em manifesto o incomodo que lhes causa personalidades maiores, no caso, um futebolista) e a não ser capaz de celebrar o melhor que temos, muito lamentável.


Não me lembro de ouvir da boca do Pedro Barbosa, nas entrevistas, uma palavra fora de tom. As suas entrevistas eram autênticas lições de saber estar (estamos a falar de um futebolista). Influenciavam. Marcavam o tom. E até as suas más palavras, em campo, marcavam e influenciavam.

Pergunto ao sportinguismo: o capitão não merecia uma homenagem digna ao retirar-se ou serei eu que estarei equivocado?

Adeus Excepcional Capitão.

Aguardamos o teu regresso.


Abílio Neto

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