segunda-feira, dezembro 18, 2006

A exposição - Francisco Vidal, Galeria 111





Não fui ver a exposição. Subbus. Esteve na Galeria 111, em Lisboa de 16 de Setembro a 28 de Outubro.
Ando assim, as coisas chegam-me depois de terem acontecido, por exemplo, a derrota do Sporting com o Benfica chegou-me assim, depois, e o concerto do Gregory Isaac também. No caso do derby, ainda bem, no caso da exposição do Francisco Vidal, que soube dela lendo com atraso o suplemento Mil Folhas do Público, ainda mal.
O que começou por me impressionar, do que li e vi no jornal, foram as imagens do quadro acima, Retrato de Zadie Smith Lendo On Beauty. É que sou um apaixonado confesso da Zadie Smith e da sua obra, tenho e li, os seus dois 1ºs romances, Dentes Brancos e O Homem dos Autografos, tudo o que ela escreveu e foi editado em Portugal. Nas férias em Espanha, acabei de comprar e começar a ler, o seu 3º romance, o On Beauty / Sobre la Belleza.
O que me continuou a impressionar, sobretudo a intrigar, foi desconhecer o artista e as suas motivações. Hoje sei um pouco mais e a obra já faz todo o sentido, vou-lhe seguir o rasto, porque tenho todo o interesse nisso.
Tomo a liberdade de citar excerto sobre a exposição retirado do site da Galeria 111:
«Apoiando-se num modelo que mantém laços estreitos com o pensamento visual e crítico que ocupa, por exemplo, os espaços de uma fanzine ou de uma colecção de posters, as obras de Francisco Vidal assumem-se como gestos contínuos e irreparáveis de sampling do fluxo de imagens que, de forma deliberada ou meramente acidental, fazem parte do seu (e do nosso) quotidiano. Como quem procura formular uma pergunta - e não dar uma resposta - as obras de Vidal convocam-nos a embarcar numa viagem ao Subúrbio de uma condição cultural, que tem a tarefa complexa de pensar e articular noções como colonialismo e pós-colonialismo, centro e periferia, identidade e alteridade, africanidade e portugalidade, razão e emoção, caos e ordem. »

Ver aqui:
Galeria 111


Parece-me que não haverá muito a dizer, a não ser que o Francisco Vidal é filho de uma cabo-verdiana e de um angolano, se bem percebi, nascido em Portugal. E com isso fiquei a saber que a Zadie Smith tem o seu culto em Portuagal, ainda bem.
Abílio Neto

Sem comentários: