sexta-feira, março 16, 2007

O filho - Paulo Portas



Algumas, poucas, semanas depois de ter entrevistado José Ribeiro e Castro a Maria Flôr Pedroso entrevistou Paulo Portas, o ex e futuro ex - líder do CDS-PP, e eu ouvi a entrevista, com igual atenção e em diferente circunstancia, desta vez, não estava a escolher vinhos para provar, nem estava a preparar o menu para o fim de semana, estava a arrumar a cozinha, depois de um jantar lá em casa, com a Rosa, a Cláudia e o Pedro no dia anterior.

(Um jantar que teve como momento sublime o casamento perfeito entre um magnífico riesling alemão da casa Josef Biffar, o Deidesheiner Kieselber, Kabinett Trocken, 2005 e a pasta do «mar tropical», desta vez sem manga, da minha querida esposa.)

Adiante.

Nesta entrevista, a Flôr não insistiu nos paradoxos da direita mediterrânica - porque estava em presença de Paulo Portas, um crooner do pensamento ideológico, mais Tom Jones que Tony Bennett, por isso, camaleónico, sabe ao que vai, vai e sabe-a toda -, persistiu no desmontar da estratégia usada por Portas para voltar ao poder. Pouco interessante, portanto, porque já se sabia que era inevitável que o regresso acontecesse e óbvia a forma como iria acontecer.

E tudo é tão esperado, que eu sabia que, desta vez, Paulo Portas regressaria liberal, e soube-o no momento em que apareceu com as patilhas à agricultor ribatejano, quem se penteia daquela forma obrigatoriamente está querer dizer: «não sou o que pensam que pareço!». Pense-se nos travestis.

O interessante mesmo foi o final, quando a Flôr pede aos entrevistados que indiquem uma canção para terminar o programa. E o Paulo Portas que consegue ser mais cínico do que eu, escolheu, veja-se, Rehab, da Amy Winehouse!

They tried to make me go to rehab but i said 'no, no, no' Yes I've been black but when i come back you'll know know know I ain't got the time and if my daddy thinks I'm fine He's tried to make me go to rehab but i won't go go go

A todos os níveis, conclusivo.

Abílio Neto

4 comentários:

fdesousa disse...

Pelo menos não foi a versão funky dos Hot-Chip, pois não?

Abílio Neto disse...

Sousa,

The Warning...? Ou Coming on Strong...?

Então, tudo ok?

Abraços,

Abílio Neto

PS: ainda vou a tempo de te agradecer a dica dos Hot Chip... Vi-os ao vivo, sensacionais. Com atraso, e muito, vou pôr os meus cds do ano...

fdesousa disse...

Eu referia-me à versão/mix dos Hot Chipp de Rehab da Amy W.

Abílio Neto disse...

Sousa,

Não conheço... isso deve ser uma bomba! Mete-me isso num cd e envia pá, é barato!

Para mim, The Warming e Back to Black são dos melhores albuns do ano.

Abraços,

Abílio Neto