
Hot Chip.
Hype? Nada! A banda mais descomplexada e inteligente da terra, desde, porque não, Breakfast Club. Sem ter um único disco deles, fui vê-los ao vivo no Hype@Tejo, em Julho do ano passado. Rendi-me.
Eles são tipos normais, t-shirts e gangas, brancos, estranhamente minimais, o que lhes confere uma imagem clever e até erudita (popemente erudita). Grande show, canções pop (toda a boa pop imaginável) enormes e muito ritmo. Convenceram-me absolutamente. E também convenceram o pouco público que os via e ouvia, pela atenção que prestavam.
O resto do público do Festival esperava por Massive Attack - estes sim, tipos não normais, elegância extra-cuidada! - ou estava no armazem da Rádio Oxigénio a ouvir os Buraka Som Sistema, que tocavam em simultâneo com os HC, que em determinada altura, tiveram que pedir desculpas, porque não conseguiam ter o som de retorno! O programador merecia uma certificação por méritos da sua incopetência ou que a ASAE lhe retirasse a licença. É que eu também queria ouvir os BSS!
A melhor canção do ano 2006, (And I Was A) Boy From School:
And i was a boy from school
And i was a boy from school
helplessly helping all the rules
and there was a boy at school
hopelessly wrestling all his fools
and there was a girl at school
blaming all the words she learnt from home
nothing would keep her a child
long hours don't give though
we try
we try but we didn't have long
we try but we don't belong
we try but we didn't have long
we try but we don't belong
Estas palavras simples, fazem-se acompanhar duma das mais belas melodias que alguma vez ouvi, tristeza, melancolia, passado, gozo, memória e alegria, ou se calhar mais coisas, definitivamente, a sensação de que na vida fica sempre muito por fazer, mesmo quando muito é feito.
Devo-te essa Sousa. Ajudado pelo entusiamo do Paulo Barata.
Abílio Neto